No Brasil de 2025, a Selic alcançou 15% ao ano — seu maior patamar em duas décadas. Para empresas e investidores, entender e enfrentar as oscilações das taxas de juros tornou-se condição essencial para manter a saúde financeira e planejar o crescimento.
Em junho de 2025, o Banco Central elevou a Selic para 15%, mantendo-a em níveis elevados até novembro. A inflação persistente acima da meta estimula a política monetária restritiva, que, embora controle preços, desacelera a atividade econômica.
O resultado é que a taxa real de juros, descontada a expectativa de inflação, gira em torno de 10% ao ano, impactando diretamente o custo do crédito e as despesas de empresas com dívidas indexadas a índices variáveis como CDI.
Juros variáveis são aqueles que incorporam a incerteza macroeconômica, ajustando-se periodicamente de acordo com índices de referência (Selic, CDI). Ao contrário dos juros fixos, que permanecem constantes, esses contratos podem resultar em custos maiores quando as taxas sobem.
No Brasil, vemos aplicação de juros variáveis em financiamentos empresariais, crédito imobiliário pós-fixado e em instrumentos derivativos. Enquanto a flexibilidade pode reduzir custos caso as taxas caiam, a imprevisibilidade pode comprometer fluxos de caixa e margens.
O "risco de juros" afeta tanto empresas quanto pessoas físicas. Uma empresa com dívida de R$ 10 milhões atrelada ao CDI pode ter seu orçamento estourado se o índice subir repentinamente. Do lado do investidor, receitas futuras podem se reduzir inesperadamente.
Proteger-se é transformar incertezas em oportunidades, garantindo que oscilações macroeconômicas não inviabilizem projetos nem prejudiquem o caixa.
Para mitigar a exposição, existem diversos instrumentos no mercado:
O hedge eficaz demanda um processo estruturado:
Com esse processo, é possível assegurar a estabilidade do fluxo de caixa e maximizar a eficiência do seu hedge.
Além do hedge clássico, é possível adotar medidas complementares:
Essas ações permitem compor um portfólio robusto, pronto para absorver choques de mercado.
Embora o hedge transforme o risco em previsibilidade, ele não o elimina por completo. Existem custos operacionais e financeiros associados a swaps, opções e contratos futuros. É fundamental monitorar a relação risco/retorno e alinhar a proteção ao perfil de cada investidor ou empresa.
No atual contexto fiscal e monetário brasileiro, manter-se informado sobre projeções e políticas do Banco Central é essencial. A inovação trazida por fintechs amplia o acesso a instrumentos sofisticados, tornando possível acessar instrumentos de hedge com mais facilidade.
Para se proteger das oscilações das taxas de juros variáveis, siga estes passos:
Adotar essas práticas não apenas protege seu caixa e dívidas, mas também transforma desafios em vantagem competitiva, promovendo um ambiente de crescimento sustentável mesmo em períodos de alta volatilidade.
Referências